alma gémea.

É verdade, não tenho falado de ti, e tento nem sequer me lembrar, mas como é lógico acabo sempre por o fazer, nem que seja naqueles minutos antes de dormir no escuro do meu quarto, e sabes do que me lembro? Das conversas que tínhamos, dos sorrisos que dávamos quando estávamos juntas, dos teus lábios vermelhos e claro, dos momentos menos felizes, aqueles vividos no quarto de hospital. Ninguém sabe quantas vezes molhei a almofada por causa da falta que sinto tua. Ninguém tem noção do que significavas para mim, nem nunca vão ter. Infelizmente, partis-te, todos nós vamos partir, eu sei, mas custa, e não me venham com teorias que com o tempo passa, porque não passa, a dor permanece mas eu tenho mesmo que me acostumar à tua ausência, porque na verdade, vem aí mais um natal sem ti connosco e não é fácil, nem nunca vai ser, mesmo que passem muitos anos. Só sei que onde quer que estejas, vais ser sempre uma rainha. És a minha lua, a coisa mais bonita que pode existir. Só espero sinceramente que estejas orgulhosa de mim (...) Desculpa se não falo tanto contigo como devia, mas quando o faço fico num estado lastimável. E sim, podem chamar-me fraca.